
BRASIL: A Coordenação do Núcleo Sindical Chile da ASSIBGE-SN, entidade que representa trabalhadores do Complexo Chile/Horto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta semana uma nota de repúdio à nova versão do mapa-múndi lançada oficialmente pelo instituto. A principal crítica é à representação do Brasil artificialmente posicionado no topo e ao centro do mapa, contrariando convenções cartográficas internacionais.
Segundo a entidade sindical, o novo mapa “distorce a realidade” e representa uma “encenação simbólica” que compromete a credibilidade técnica e imparcial do IBGE, construída ao longo de décadas. Para os trabalhadores, o gesto não possui respaldo técnico e configura uma tentativa de transformar uma instituição de Estado em ferramenta de promoção simbólica.
“Transformar a cartografia oficial do Estado em gesto de vaidade simbólica é oferecer à população um consolo ilustrado, quando o que ela precisa é verdade, responsabilidade e seriedade”, diz a nota.
A ASSIBGE-SN também alerta para o paradoxo de promover a autoestima nacional através de representações gráficas enquanto o país enfrenta graves problemas sociais como desigualdade estrutural, insegurança, informalidade e perda de competitividade. “Não se combate a realidade com ilusões gráficas”, afirma a associação.
Além da crítica ao mapa, o sindicato relembra outro episódio recente: a publicação da edição de 2024 da série Brasil em Números, tradicionalmente técnica, que teve um prefácio assinado pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. O texto exaltava realizações regionais, o que servidores classificaram como um desvio de finalidade institucional. A justificativa da gestão — de que haveria apoio financeiro envolvido — foi negada por entidades citadas, como a Sudene.
Para a coordenação sindical, ambos os casos demonstram um padrão preocupante: o uso político e simbólico de um órgão técnico de Estado. A nota afirma que a atual gestão do IBGE tem falhado em proteger a missão institucional do instituto, desviando-o para o campo da imagem e da promoção.
O texto também menciona possíveis violações de princípios constitucionais da administração pública, como a finalidade administrativa, a impessoalidade, a moralidade e a eficiência. “Nenhum país se torna mais respeitado por estar no centro de um papel”, reforça o sindicato. (Gazeta do Povo)
