JAGUARÉ: Em ritmo de preparação para uma nova etapa de desafios em sua vida sacerdotal Pe. Belmiro esta nos últimos preparativos para a partida. Foram cinco anos e meio à frente da Paróquia de São Cipriano, que vão deixando marcas que já são conhecidas dos fiéis, seja em uma palavra, gesto ou em um simples olhar….mas nada de se falar de despedida. Para este momento, como em todos os momentos de seus dias à frente da Paróquia de São Cipriano, Pe. Belmiro recebeu o Jornal O Conilon e contou um pouco deste momento de mudanças.
JORNAL O CONILON: Desde o momento em que ocorreu a comunicação desta mudança, quais pensamentos e sentimentos são mais comuns?
Pe. Belmiro: De imediato prefiro não chamar de despedida. Sou padre da Igreja, da Diocese de São Mateus que é composta por suas Paróquias. Então a partir da visão do Bispo e das necessidades de cada paróquia se transfere os membros do Clero Diocesano.
Esta será uma outra experiência, uma outra etapa. E será realmente uma experiência nova, a até porque na Forânia Mineira nunca atuei pároco lá. Um exemplo é que só celebrei uma vez em Água Doce do Norte, isso aos 20 anos de vida sacerdotal. Isso para mostrar este desconhecimento em relação àquela realidade nova que se apresenta. Até já brinquei que quando vim para Jaguaré tremi nas bases, agora que vou para Barra de São Francisco, tremo um pouco mais. Mas agora com 22 anos de padre a gente vai se acostumando com esta ideia.
Pensando: de todas as paróquias que passei, tive dificuldades, minhas ou das paróquias, e acredito que muitas foram superadas. Aquele receio, ou o medo da incapacidade de lidar com determinada situação vão sendo superados.
JC: Qual a marca que se leva deste cinco anos e meio de pastoreio na Paróquia de São Cipriano?
Pe. Belmiro: De Jaguaré digo que a experiência foi muito boa. Cinco anos e meio, completados dia 03/11, de uma proximidade que foi se construindo em familiaridades. Algo que se expressa como na visita de um casal que veio apenas para agradecer. Uma forma simples de manifestar um apreço.
Penso que isso expressa a construção de uma proximidade, da familiaridade. Daquela coisa gostosa de ser Igreja. Penso eu que a Igreja é muito além da ritualidade Eucarística, Litúrgica e Sacramental. Também se dá onde se tem a conversa prévia e a conquista do fiel. Não é muitas vezes lá na frente da Igreja que se conquista, mas nos bastidores, na vida, com as pessoas.
JC : E a saudade…
Pe. Belmiro: Posso dizer que tem saudade quem vai e quem fica. Coisas simples também expressam esta situação. Como dos coroinhas que perguntam porque tem que ir embora? Vou sentir saudades. Foi uma construção… quantas vezes no celebrar, um simples olhar e o ministro, o canto ou o coroinha já sabia o que a gente quer dizer. Essa sintonia construída terei que construir tudo novamente.
Esta vida da Igreja Paroquial de São Cipriano, que comunga com a Paróquia de São João Paulo II, que também manifestam o seu apreço, que levo. Essa dinâmica desta Igreja Viva. Com suas lideranças e a participação de tantas equipes… coroinhas, equipes musicais, ministros, coordenadores, mensageiros, serviços aos montes que faz esta Igreja de Jaguaré mais encantadora. Rezo para que continuem neste dinamismo. Pois, celebrar é sempre bom, e celebrar de forma gostosa é melhor ainda.
JC: Durante seu período na Paróquia de São Cipriano também pode ser destacado a grande atenção, até porque não carinho, dispensado nas Exéquias…. algo até então não comum para estes fiéis. Este olhar é reflexo de seu lema da ordenação presbiteral? Ele ainda o revigora neste momento?
Pe. Belmiro: (risos) “Quem quiser ser o maior que seja o servo de todos”. Inclusive o Evangelho de hoje me remeteu a isso: “quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Sempre em mente, e no coração, esta dimensão do serviço, em suas dimensões humana e divina que é a Igreja. Que Deus os abençoe e um grande abraço a todos.